AS PSICOSES - UM ESTUDO SOBRE A PARANOIA

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Vou terminar as conferências com estas palavras de Freud, que concernem ao que ele chama a cura de Schreber. Scheber se curou por uma passagem ao público. Cito Freud: “Contrariamente à apresentação do fantasma de feminilização, o doente não empreendeu nada mais que a publicação de suas memórias, para fazer reconhecer sua missão de redentor”. Isto é capital, é a queda do delírio. “Se fazer reconhecer” pelo publico graças as memórias escritas. Freud chama isto uma cura e Lacan chama isto ser o sintoma. Então, em sua prática clínica da psicose, é importante que vocês destruam a fronteira entre o psíquico e o social. Vejam o que a prática analítica da psicose nos ensina: não procurem o êxito na vida privada com o psicótico, vocês fracassarão. Estou de acordo com Lacan neste ponto. É uma falsa separação, o psíquico de um lado e o social de outro. Alguém esta manhã falou de amizade com o psicótico. Eu disse sim, mas justamente em função desta inserção social mais além da vida privada como meio de compensação, de suplência para uma estrutura psicótica. É isto a cura. Eu posso dar centenas de exemplos de fim de análise em psicóticos nesta direção que Lacan nos indica: ajudar um psicótico numa participação social e não se preocupar, nem se debruçar sobre a vida privada, quer dizer, sobre o gozo fálico. Não é este o problema.