TUDO SÃO HISTÓRIAS DE AMOR

Tu e eu nunca fomos parecidas, mas também não éramos opostas. Poderíamos ter-nos complementado se não se desse o caso de partilharmos o mesmo corpo. Dispúnhamos apenas de um corpo, este que agora é só meu. Nunca deixámos de guerrear na nossa existência intermitente. A vitória de uma seria a derrota da outra. Aquela de nós que matasse a outra cometeria um crime perfeito, um assassínio sem cadáver. Eras mais capaz nas coisas do mundo. Achava que serias tu a acabar comigo. Mas não. Escrevo-te do local do crime. Do sítio das palavras.