PSICOSE E LAÇO SOCIAL

Os laços sociais atam-se a partir de discursos. Mas o que acontece com aqueles que estruturalmente estão fora das relações já estabelecidas pela sociedade em que vivemos?

Antonio Quinet, psicanalista, psiquiatra e doutor em filosofia pela Universidade de Paris VIII, lança as bases para se pensar o fora-do-discurso da psicose e sua busca de laço social. Ao abordar os três tipos clínicos da psicose ? esquizofrenia, paranoia e melancolia ?, investiga de que forma os psicóticos se inserem nos discursos. Para tanto, toma como base o campo do gozo e a teoria dos discursos de Lacan.

Promovendo o retorno aos fundadores da clínica psiquiátrica (como Pinel, Kraepelin, Bleuler, Esquirel e Séglas), o autor reaviva a clínica da psicose ? um tanto esquecida hoje pela psiquiatria de manual de diagnóstico. Desse modo, além de oferecer um avanço para o tratamento da esquizofrenia e da paranoia, distingue a melancolia dos estados depressivos neuróticos, fornecendo os subsídios clínicos e éticos para uma crítica à banalização contemporânea da "depressão".

Psicose e laço social inclui ainda análises valiosas de casos clínicos como o do Homem dos Lobos, o do matemático John Nash (retratado no filme Uma mente brilhante) e o de Simão Bacamarte (protagonista de "O alienista", de Machado de Assis).