A CRIANÇA NA CLÍNICA PSICANALÍTICA

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A complexidade da clínica de crianças as situa, muitas vezes, na fronteira da capacidade operatória da psicanálise: a especificidade da transferência, fortemente atravessada pela incidência de demandas laterais, as dificuldades na sustentação da atenção flutuante que submetem o clínico à condição de deriva, a direção do tratamento facilmente considerada a partir do critério adaptativo da criança aos ideais se somam à pregnância imaginária implicada na leitura do funcionamento significante do jogo, que geralmente constrange o clínico a situar sua incidência por duas vias: a de sua tradução, onde a atribuição de sentidos responde pela interpretação ou a de sua transcrição, por meio da aplicação de códigos classificatórios que pretendem correspondência biunívoca entre o comportamento e a categorização previamente estabelecida.
As asserções lacanianas sobre o pensamento de Freud permitem situar a criança no campo da linguagem e destacar a particularidade da clínica psicanalítica: as manifestações da criança são distinguidas como texto cifrado de sua relação à alteridade, texto submetido à lógica da sincronia estrutural e da instalação diacrônica da constituição subjetiva. Tal distinção explicita a especificidade da leitura psicanalítica como operação de transliteração.(m3/13out15)