A maçon: Peça em dois actos (Colecção de teatro da Sociedade Portuguesa de Autores)
Os cinco contos situados quase se evaporaram enquanto os lia. O estilo do Português aqui escrito é com certeza bom para grandes apreciadores. Para mim, que sou apenas utilizadora do Português, preferia que o estilo fosse mais simples para acentuar a estrutura dos contos.
Gostei do segundo conto, a Rue do Rhône. Uma carteira feita à custa de um crocodilo, pronto a comer o caçador, mas que se deixou a abater. Meter de baixo do braço uma fera é de facto uma perspectiva original para olharmos para a caça, os amigos dos animais, os vegetarianos, etc.
Os outros contos - a Praça de Londres, a Branca de Neve, a viagem para dois e o Perfume - são mais estilo do que imaginação. No primeiro, o fim de um divórcio persegue na rua um pai com uma filha bébé, fruto de um terceiro casamento. De facto, o divórcio abre caminhos para uma sucessão de casamentos - bons ou maus - e os divorciados entram numa espiral de exigência decrecente.No terceiro, uma bancária mostra que o sucesso profissional limita a capacidade de compreensão das artimanhas de gangs de miúdos de favela. O quarto reúne 2 estranhos portugueses num compartimento de um comboio em Itália. Uma aproveita para contar à outra a história de uma vizinha, um gato e a premonição de um casamento com um vigarista de identidades múltiplas. O quinto mais um casamento falhado de um guitarrista. Desta vez, a culpa parece ser da senhora que troca um filho e o marido por um só amor. A ama do menino desestabiliza-o mentalmente e o pai geograficamente. (A Maçon)