A razão selvagem

As cidades são o espaço de uma grande solidão, mas também de encontros, sejam normais ou inusitados. É o que acontece com o homem que fotografa imóveis vazios, em “Apartamentos”, com o tradutor que alimenta os gatos de um amigo, em “Um diário para SD”, e com a moça do telemarketing, em “Você ainda está aí?”. E se ainda é possível contar uma história de amor, a tentativa está em “Cartas trocadas”, onde se confrontam as escritas feminina e masculina.
Este livro apresenta a arte da escrita ligada à vida, tocando os extremos do amor, da morte, da sedução e do desejo. Situações presentes em “Quimeras”, que mostra um professor envolvido com a profunda dor da perda de um filho, a paixão de uma aluna e as vidas duplas da era da Internet.
Todos vivem a iminência de mudanças, grandes ou pequenas, menos o narrador de “Redes”, preso a um mundo sem saída. E uma outra rede, formada por laços de amizade, amor e negócios, mostra que há um modo de caminhar deixando os escombros para trás, como se vê em “A crítica da razão selvagem”.
Semifinalista do prêmio Telecom Portugal de Literatura, em 2004, ao lado de obras de autores(*) consagrados, “A razão selvagem” teve sua primeira edição pela lendária Ciência do Acidente.