Alma Corsária

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Tudo neste livro percute e ressoa — na pele, nos dias, nas montanhas, no mar e no asfalto do Rio de Janeiro. Depois do excelente Margem de manobra, de 2005, Claudia Roquette-Pinto retorna com Alma corsária, reafirmando uma percepção de mundo intensa e singular, trabalhada por olhos, ouvidos — e vários outros órgãos — alertas. Aqui o corte preciso das imagens se articula a uma atenção ímpar para o ritmo da língua, com a qual a poeta flagra, no movimento fugidio das palavras, o claro instante em que o real e a subjetividade se encontram em poesia: flores ou arestas.

 

E são múltiplas as alegrias e os desastres espalhados pelo livro. O impulso de liberdade, de quem se arrisca continuamente a ir além das próprias fronteiras para provar, no limite, o desejo, se depara, tantas vezes, com forças contrárias: saltos no vazio, banalidade do real, horror da pandemia e a passagem das horas que deixa marcas no corpo e na consciência. Da intensa contemplação de um hibisco “roxo e ríspido” ao espanto da “noite dos 500 mil corpos”, eis aqui uma poesia de alta voltagem, aberta às múltiplas dimensões do tempo.

 

Sobre a autora

Claudia Roquette-Pinto nasceu no Rio de Janeiro, em 1963. Viveu na Califórnia durante o ano de 1980 como estudante na San Francisco State University. Graduou-se em Tradução Literária pela PUC-RJ em 1986, e de 1985 a 1990 dirigiu o jornal Verve, de literatura e artes. Publicou cinco livros de poesia: Os dias gagos (1991), Saxífraga (1993), Zona de sombra (1997), Corola (2001), que obteve o Prêmio Jabuti de Poesia em 2002, e Margem de manobra (2005), finalista do Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira em 2006 — além de um volume de prosa infanto-juvenil, Botoque e Jaguar (2008) e de um livro com suas colagens e trechos em prosa, Entre lobo e cão (2016). Seus poemas foram traduzidos para várias línguas, entre elas, o inglês, o espanhol, o francês, o alemão e o catalão e incluídos em diversas antologias e publicações nacionais e estrangeiras. Mora no Rio de Janeiro.

 

Texto de orelha

Com este Alma corsária, Claudia Roquette-Pinto confirma e consolida uma das mais importantes obras poéticas da literatura brasileira hoje. Claudia, como tantas outras vozes, pertence à geração que nasceu com o golpe civil-militar de 1964, despertou para a vida comum com as Diretas-já e estreou na poesia nos estimulantes 1990. Uma geração diversificada e múltipla, que ainda não alcançou o pleno reconhecimento e o devido mapeamento editorial.

 

O caldo poético que informou essa geração, publicando num país mais confiante e democrático, se deu justamente na dissolução das trincheiras vanguardistas e na lenta reelaboração das tradições formais modernista e concretista, da poesia marginal e, especialmente no Rio de Janeiro, dos desdobramentos plásticos do neoconcretismo; a par da emergência de instigantes produções de minorias e vozes periféricas que pediam passagem, desafiando o cânone e as linhagens literárias convencionais.

 

Atenta a tudo isso, e um tanto alheia aos embates cada vez menos ferozes entre poetas que grosso modo defendiam certo rigor formal, com primazia da imagem, e aqueles que favoreciam uma relação visceral entre arte e vida, escrita ao ritmo das pulsões do corpo, a obra de Claudia foi se construindo organicamente, livro a livro, como uma estranha planta de incontestável alcance e pujança, subindo como trepadeira aos patamares mais altos da nossa literatura, e se tornando uma referência incontornável: uma surpreendente planta/escrita rigorosa e confessional, retiniana e rítmica, erudita e coloquial, autoconsciente e aberta ao outro, generosa, suplicante, frágil e intensa... Ambígua e sem concessões, como toda grande arte deve ser.

 

A natureza, especialmente o mundo vegetal, tão exuberante na paisagem carioca, é presença constante no universo poético de Claudia Roquette-Pinto, e através dela se dá uma constante renovação de maravilhamento (o poeta é, antes de tudo, um maravilhado). Ao mesmo tempo, a poeta inveja essa excessiva beleza solar, o mundo não-humano para sempre inconsciente e contido em si.

 

Ferida e sensível às impermanências e incertezas do nosso tempo, a poeta não tem contorno, é atravessada pela vida e pelas coisas, numa ciranda incessante de encontros e perplexidades (o poeta é um ser perplexo, também). O que será de nós? “O poeta é uma deformidade”, ela diz. Estamos no mundo. A natureza brasileira fulgura e resplandece a cada verão, enquanto a poeta envelhece, entre lúcida e aturdida, e os sonhos democráticos da nossa geração são assombrados por monstros do passado que julgávamos mortos. “Agora vivo neste pátio frio/ e Maio se desfralda sem remédio/ e até os bem-te-vis parecem tristes.// Mas olha, o mar./ O mar,/ que não desiste”, escreve.

 

Renato Rezende

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