Babado forte: 35 anos de cultura jovem no Brasil
Um cult do jornalismo e um ícone da pesquisa sobre a vida noturna urbana, Babado forte, ou BBD FRT, de Erika Palomino, ganha uma edição ampliada e atualizada para comemorar os 25 anos de sua primeira publicação e rever o que aconteceu com aquelas personagens e manifestações mapeadas pela autora. Enquanto a obra original reunia mais de cem relatos e entrevistas sobre a cena clubber nos anos 1990, focalizando o eixo Rio-São Paulo, a nova edição traz mais de 70% de conteúdo inédito, cobrindo também experiências mais recente de capitais como São Luís, Belém, Recife e Salvador para expandir a discussão sobre moda, música e noite no Brasil. Em uma série de relatos vibrantes e ricos em detalhes, Palomino narra a criação e a constante transformação de cenas singulares, mostrando como a resposta original de artistas locais a influências estrangeiras forjou fenômenos ancorados na realidade underground brasileira, como a cultura drag e o ballroom, as estéticas mandraka e de cria, festas de rua, itinerantes, raves, aparelhagens e bailes funk, que reverberam um mundo sociomusical único de ritmos que vão do tecnobrega ao hip-hop, do rap ao eletropagode, da house à pisadinha, do trap ao brazilian bass. Baseado em quase duas décadas de experiência de Palomino como colunista semanal da "Noite Ilustrada" na Folha de S.Paulo, em que a jornalista e curadora cobriu o cenário de dança, clubes noturnos e tendências da moda, este livro-reportagem conta com pesquisas de Camila Ribeiro, Carolina Casarin, Claudia Assef, Danilo Satou, Fabiano Moreira, Felipe Venancio, GG Albuquerque, Gilberto Porcidonio, Giu Mesquita, Hanayrá Negreiros, Lufe Steffen, Nerie Bento, Rafael Ricarte, Rener Oliveira e Tom Grito. BBD FRT traz reflexões a um só tempo sérias e despojadas sobre as produções originais surgidas nas cenas LGBT+, negra e periférica; a recepção criativa de artistas internacionais como Madonna e RuPaul; o papel político de grupos como a Mamba Negra e a Batekoo e o impacto cultural indelével de personagens que representam o espírito da contracultura em gerações de jovens do Brasil. Aqui a noite é apresentada como encruzilhada mutante de sons e de gentes, como ocupação urbana, como fonte de vida inesgotável para quem tem pressa de existir e encontrou sob a luz de LED seu lugar ao sol.