BORBOLETAS DA ALMA ESCRITOS SOBRE CIENCIA E SAUDE
Há um século o anatomista espanhol Santiago Ramón y Cajal descobriu que o cérebro era povoado de células com incontáveis ramificações. Chamou-as neurônios, e ousou uma metáfora poética - 'são as misteriosas borboletas da alma, cujo bater de asas poderá algum dia - quem sabe? - esclarecer os segredos da vida mental'. Estava enunciada, com um quê de lirismo, a teoria neuronal, que valeu ao anatomista o prêmio Nobel de medicina. Em torno do cérebro, o órgão mais complexo do organismo, o mais estudado desde a Antiguidade, gravitam muitas histórias deste livro. Neste livro, Drauzio Varella explica como os cem bilhões de misteriosas borboletas que voejam em nosso cérebro respondem pelo instinto materno, pelas causas da homossexualidade, ou pela violência urbana. 'Borboletas da alma' reúne cerca de setenta crônicas e ensaios atualizados e revistos pelo autor, sistematizados em cinco capítulos. 'Evolução' trata de genes e meio ambiente, de esperanças e limites da clonagem. Sem perder de vista a perspectiva da evolução das espécies por 3,5 milhões de anos, Varella discorre sobre o que em nós é resultado do processo de seleção natural ou subsiste de etapas anteriores em que fomos primatas. 'Dia-a-dia' traz um leque de respostas a questões mais corriqueiras, como o uso do mertiolate, os distúrbios do sono, os benefícios e malefícios do vinho e da carne vermelha. Em 'A saúde no cotidiano' aprende-se muito sobre males mais e menos graves, a azia e a depressão, a nova onda da Aids ou a ameaça da gripe aviária. 'Drogas' estuda, entre outros, remédios perigosos como anabolizantes e anfetaminas, e tratamentos tão alternativos quanto ineficazes. 'Borboletas da alma' se encerra com o capítulo 'Vida e morte', sobre a longevidade, o envelhecimento e a proximidade da morte - temas recorrentes nos livros desse oncologista de longa experiência e convívio com doentes graves, vítimas de câncer e de Aids.