Cadernos do cárcere (Vol. 4): Temas de cultura. Ação católica. Americanismo e Fordismo.
Neste volume 4 de Cadernos do cárcere, Gramsci promove critica a cultura europeia e disseca o que há de moderno e universal no fordismo-taylorismo da experiência norte-americana.
Esta edição brasileira dos Cadernos do cárcere foi organizada por Carlos Nelson Coutinho ― reconhecido internacionalmente como um dos maiores especialistas no pensamento de Gramsci ―, com a colaboração de Luiz Sérgio Henriques, ensaísta, tradutor e editor da revista eletrônica Gramsci e o Brasil, e de Marco Aurélio Nogueira, professor livre-docente da Universidade Estadual Paulista.
Os 6 volumes dos Cadernos do cárcere se dividem, segundo indicações do próprio Gramsci, em “cadernos especiais” e “cadernos miscelâneos”. Nos primeiros, Gramsci agrupou notas sobre temas específicos; nos segundos, reuniu apontamentos sobre assuntos diversos. Além de reproduzir os “cadernos especiais” tais como nos foram legados pelo pensador italiano, esta edição inclui as notas contidas nos “cadernos miscelâneos”, relativas ao conteúdo básico de cada um dos “cadernos especiais”.
O volume 4 contém quatro dos “cadernos especiais”: dois dedicados a “Temas de cultura”, um a “Ação Católica” e outro a “Americanismo e fordismo”. A eles, seguem-se três partes intituladas “Dos cadernos miscelâneos”. A primeira delas agrupa notas sobre variados temas de cultura geral; a segunda reúne a maioria das notas dedicadas a temas organizativos da Igreja, em particular as que o próprio Gramsci intitulou “Ação Católica” e “Católicos integristas ― Jesuítas ― Modernistas”; a terceira contém não só as notas diretamente vinculadas ao tema do “americanismo”, mas também as relativas aos Estados Unidos, aos processos de modernização industrial, a questões demográficas e à crise econômica de 1929.
“Ao contrário de Engels ou de Kautsky, Gramsci não se interessou pelo cristianismo primitivo, ou pelas heresias comunistas da Idade Média, mas pelo funcionamento da Igreja Católica: foi um dos primeiros marxistas a tentar entender o papel contemporâneo da Igreja e o peso da cultura religiosa entre as massas populares.” ― Michael Löwy
“Não há quem tenha passado pela obra gramsciana, dos marxistas aos católicos e aos liberais, sem ter experimentado a força da sua persuasão e da sua criatividade.” ― Luiz Werneck Vianna