CLAUDIA ANDUJAR - A LUTA YANOMAMI
O catálogo da exposição homônima Claudia Andujar – A luta Yanomami reúne imagens do trabalho da fotógrafa dedicado aos Yanomami, retomando aspectos pouco conhecidos de sua trajetória e da sua luta pela demarcação de terras indígenas, numa união entre arte e política.
Claudia Andujar em 1971, aos 40 anos, registrou os Yanomami pela primeira vez para a revista Realidade. O encontro mudou a vida da fotógrafa, que voltou inúmeras vezes ao território para documentar aquela cultura ainda relativamente isolada.
A publicação apresenta a fase inicial de sua carreira, com fotografias produzidas entre 1971 e 1977, na região do Catrimani, em Roraima. Andujar acompanha as atividades diárias na floresta e na maloca, os rituais xamânicos e retrata os indivíduos. O mergulho entre os Yanomami foi possível graças a uma bolsa da Fundação John Simon Guggenheim.
Um dos conjuntos mais impactantes do período é o registro das festas reahu, as complexas cerimônias funerárias e de aliança intercomunitária, marcadas por ritos específicos e pela fartura de comida. Para produzir as fotos, tentando relacionar o que via com a dimensão mística presente nos rituais, Andujar desenvolveu experimentos fotográficos em São Paulo, com flashes, lamparinas e filmes infravermelhos, que depois aplicou na mata. As imagens traduzem o universo espiritual, dando forma concreta a um mundo abstrato.
Em uma de suas séries mais conhecidas, fotografou Yanomami de várias regiões para identificar os cadastros de saúde e vacinação. As fotos numeradas se transformaram na série Marcados, exibidas na 27a Bienal de Arte de São Paulo e no exterior. A exposição apresenta novos conjuntos dessa série, com uma contextualização sobre os lugares onde os retratos foram feitos.