Desarticulações, seguido de vária imaginação
R$54,00
Figura central da crítica hispano-americana nas últimas décadas, a argentina Sylvia Molloy (1938-2022) foi também uma escri¬tora inquieta e original. Radicada na França e depois nos Estados Unidos, o tema do deslocamento, de gênero e perspectiva, é central em sua obra. Nestes que foram seus dois últimos trabalhos de ficção, Desarticulações e Vária imaginação, ela criou uma forma literária breve e singularíssima, capaz de pôr em curto-circuito os territórios do factual e do ficcional, da autobiografia e da invenção. Se no primeiro as memórias são disparadas por uma doença fatal que acomete uma antiga companheira, no segundo fragmentos rememorados vão compondo um sintético romance de forma¬ção feminina na Argentina dos anos de guerra e pós-guerra.
Celebrada como uma das figuras centrais da crítica hispano-americana das últimas décadas, a argentina Sylvia Molloy (1938-2022) foi também uma escri¬tora inquieta e original. Autora de dois romances, Molloy criou em seus últimos livros — Desarticulações e Vária imaginação — uma forma breve e singularíssima, capaz de pôr em curto-circuito os territórios do factual e do ficcional, da memória e da invenção. Em Vária imaginação, de 2003, os fragmentos rememorados vão aos poucos formando um vívido “léxico familiar”, um sintético romance de forma¬ção na Argentina dos anos de guerra e pós-guerra que dá a ver a parte do imaginá¬rio em toda constituição pessoal e coletiva. Com Desarticulações, de 2010, a escri¬ta de Molloy aventura-se em território oposto, o de uma separação amorosa que se desdobra num lento e trágico divórcio entre o corpo e as ficções — literárias, amorosas — de uma vida vivida em comum. Nessa breve obra-prima (verdadeira versão às avessas do “Funes, o memorioso” de Borges), Molloy conduz a narrativa a um encontro com tudo que a nega, a um lugar belo e terrível em que brilham o fato mais duro e o afeto mais puro.