FORMAÇÃO DO PSIQUIATRA
publicada pela editora Topológica, 2018, é um livro comemorativo do Cinquentenário da Residência de Psiquiatria do Instituto Raul Soares/FHEMIG. Esse é dedicado à memória de Jorge Paprocki (1925-2015) idealizador, organizador e fundador da Residencia Psiquiatria do IRS, em 02 de março de 1968.
O livro que tem como eixo a psiquiatria clínica, a psicanálise e a saúde mental, é dividido em três partes. A primeira, contém textos teóricos de diversos autores; a segunda, se consagrada aos testemunhos daqueles que viveram a experiencia de terem sido - atuais e antigos - residentes e preceptores do IRS; e por último, temos os quadros dos formandos, ano a ano até 2018.
O livro contém fotografias de Henri Cartier Bresson e de Martine Franck – Magnum Photos; além das fotos dos atuais preceptores, residentes e diretoria do IRS.
Abaixo, deixo ecoar algumas frases dos colegas que testemunharam sua passagem pelo IRS:
“Pensar a psiquiatria, para não ser pensado por ela”. Jorge Paprocki.
“Aquele que se coloca na presença do louco, querendo ou não, está irredutivelmente concernido! Se ele não se sente concernido, é porque ele se protege disso por certos procedimentos, interpondo entre ele e o louco um certo número de barreiras protetoras”. Elisa Alvarenga.
“Está certo, está difícil, mas não impossível. Alguns residentes que aqui continuam passando percebem o campo da saúde mental para além
do exercício de uma especialidade médica”. Renato Diniz.
“Enfim, hoje, para concluir, acredito que o mais prudente seja manusear o nó borromeano: o imaginário, o simbólico e o real, mesmo às escuras”. Marcelo Nominato.
“Mas se pensarmos a “influência” como “ato ou efeito de influir-se” ou seja, “fluir pra dentro”, “inspirar”, então concluo que o IRS foi de fundamental importância em minha formação”. Raimundo Jorge Mourão.
“Localizo que houve em mim um despertar para a ciência, já que decididamente saí do meu sono tranquilo e assumi uma atitude cartesiana herética ao passar a questionar minhas verdades a respeito do sofrimento humano”. Bruno Engler.
“Durante minha formação na Residência, a Reforma Psiquiátrica em Minas estava em
seu pleno curso, e nosso Instituto foi grande protagonista desse movimento”. Cristina Bechelany.
“Trata-se aqui, a bem dizer, consoante a abrangência e a complexidade da mente e suas alterações, de história viva em que predominam ideias inacabadas e tantos quantos fundos de verdade”. Maurício Viotti.
“Resgatar uma clínica possível não é tarefa fácil, sobretudo em um momento em que as pressões do mercado contribuem para abolir a clínica em nome de uma produção de números e procedimentos”. Luís Fernando Couto.
Por uma psiquiatria alegre, libertária, amante da vida, amiga do cuidado, capaz de denunciar e enfrentar seus velhos e escusos compromissos – eis a escolha que fiz ao escolher esta Residência, eis o que aqui aprendi a sustentar e defender”. Ana Marta Lobosque.
“Para concluir, acrescento que, se o sujeito estiver produzindo, não se deve ficar aplaudindo. Deve-se incentivar, mas sem dar mostras de que se está satisfeito com o fato”. Antônio Beneti.
“A máscara, não obstante, deve cair: o que há de científico na medicina baseia-se em sólidas bases biológicas, e nenhuma base biológica sustenta a classificação do DSM”. Francisco Paes Barreto.
“Nesse sentido, sob a perspectiva filosófica, política e reflexiva da psiquiatria, ‘a formação do psiquiatra’ é um livro anti-DSM”. Sérgio de Campos.