HISTORIA SOCIAL DA PSICOLOGIA

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Elaborado com o objetivo de ser uma introdução aos estudos de História da Psicologia, este livro faz mais do que fornecer um “mapa” de orientação nesse campo. Em linguagem simples, questões, autores e obras referenciais são problematizados, abrindo uma trilha acessível em meio ao emaranhado de teorias de diferentes épocas e geografias. Nesse sentido, cumpre seu papel de despertar o interesse e facilitar os percursos de aprofundamento das pesquisas. Mas é no exercício da crítica às narrativas tradicionais e seus modos viciosos de escrita da história que esta publicação se supera e singulariza. Firmemente embasados na consciência de pertencimento histórico e do conhecimento “científico” como construto, os autores nos contemplam com uma visão da Psicologia e uma ética profissional que, sem perder o rigor, não deixa de afirmar seu comprometimento com as questões sociais e políticas da atualidade. A todos os interessados em adentrar o campo de estudos da Psicologia e sua História, podemos apresentar este livro como um guia, prático e experiente nas questões teóricas, que certamente irá preveni-lo de cair nas minas e armadilhas espalhadas pelo caminho. Começando pela problematização dos modos de fazer História e, mais especificamente, a História da Psicologia Social, os autores nos levam à compreensão de como as narrativas são construídas sob as injunções ideológicas e pragmáticas do contexto cultural em que surgem. Distante da validade universal das prerrogativas das disciplinas – oitocentistas – ditas científicas, este posicionamento escancara o caráter parcial e comprometido de todo conhecimento produzido. Alguns dos principais perigos que ameaçam enfraquecer o pensamento e as práticas psicológicas são as concepções positivistas e fundamentalistas que, ao se infiltrarem na visão de mundo, contaminam as narrativas com essencialismos e outras “verdades” reducionistas e aprisionadoras. Utilizando-se das metodologias da Escola dos Annales e da genealogia foucaultiana, este livro age como antídoto às essencializações e busca entender como algumas das práticas e teorias da Psicologia foram coniventes com os sistemas de controle da sociedade disciplinar – com as concepções individualistas de sujeito para melhor submissão ao estado e ao sistema capitalista – e com a noção de superioridade étnica que está na base do racismo... Abordar a psicologia historicamente requer necessariamente fazer uma análise desses e outros problemas, reconhecendo também a inevitabilidade do caráter político da atividade dos psicólogos. Em tempos sombrios que preconizam a apolitização da educação e outras falácias do gênero, encontramos, já na abertura do livro, uma chave para a possibilidade de ser e fazer a diferença: “Um livro de História sempre tem também sua própria história”. Através dela, começamos a vislumbrar o comprometimento dos autores com as questões aqui discutidas e sua determinação autocrítica. Propondo-nos adotar uma postura tão mais ética quanto mais comprometida com valores e princípios, assim os autores nos levam a reconhecer a vocação intrinsecamente política das construções teóricas do pensamento e nos revelam o potencial de intervenção na sociedade que a Psicologia possui, tanto por meio da prática clínica como da produção de pesquisa histórica. Como professores-pesquisadores atuantes em importantes instituições acadêmicas do Brasil, os organizadores e autores dessa publicação têm em comum o interesse em questões sociais e a proposição de uma Psicologia promotora de saúde que nos auxilie nos processos de libertação de todas as formas de opressão.