Homens de verdade
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Tudo começou com um vídeo viral, no Senegal, onde um cadáver de um homem é desenterrado e arrastado para fora de um cemitério por uma multidão. Assim que o vê, nasce um interesse em Ndéné Gueye, um jovem professor de Letras decepcionado com o ensino e cansado da hipocrisia moral da sua sociedade, quase uma obsessão por este acontecimento. Quem foi este homem? Por que seu corpo foi exumado? A essas perguntas, apenas uma resposta: ele era um Goor-Jigéen, um "homem-mulher". Em outras palavras, um homossexual: pecado final, culpa absoluta em um país onde a religião governa os costumes e as relações sociais. As discussões de Ndéné com sua amante, Rama e alguns encontros com Maniang Niang, travesti, estrela brilhante do folclore local; com Demba, um jovem garçom, vão aos poucos o ajudando a entender, em um contexto social cada vez mais tenso, a realidade da condição dos homossexuais no Senegal. Enquanto ao seu redor nascem suspeitas e boatos, Ndéné tenta enfrentar a única grande questão que lhe vale a pena: como encontrar a coragem de ser plenamente ele mesmo, sem se trair ou mentir. Homens de verdade, de Mohamed Mbougar Sarr, se revela um romance essencial para se pensar o cerceamento da liberdade em algumas sociedades, assim como, o incontornável, universal e inevitável encontro consigo mesmo.
Sobre o autor: Mohamed Mbougar Sarr nasceu em Dakar, Senegal, em 1990. Frequentou a prestigiosa escola militar Prytanée Militaire em Saint-Louis, Senegal, antes de se mudar para a França. Estudou literatura e filosofia na École des Hautes Études en Sciences Sociales em Paris, onde fez mestrado, formação em Letras e trabalhou no Léopold Sédar Senghor. Recebeu o prêmio Stéphane Hessel pelo conto "La cale" (2014), depois o Prêmio Ahmadou Kourouma na Feira do Livro de Genebra e o Grand Prix du Roman métis (Éditions Présence africaine, 2015) pelo primeiro romance "Terre ceinte”. “Brotherhood”, seu primeiro romance, ganhou o Grand Prix du Roman Métis, o Prix Ahmadou Kourouma e o French Voices Grand Prize. Seu segundo romance "Silence du chœur" (Éditions Présence africaine - 2017) ganhou o Prêmio Mundial de Literatura no Festival Etonnants Voyageurs em Saint-Malo. Em 2021, ganhou o prêmio literário francês Goncourt, por seu romance "La plus secrète mémoire des hommes"