Inteligente mas disperso
Nada é mais frustrante do que ver seu filho enfrentando enormes dificuldades com tarefas e funções típicas do dia a dia. Outras crianças conseguem fazer a lição de casa, se lembram de levar o livro de matemática para casa e terminam suas tarefas antes da hora de dormir. Por que seu filho não faz isso? Por que ele não consegue permanecer sentado por dez minutos sem causar problemas. Por que seu filho, que lê desde antes do jardim, não consegue ficar quieto por dez segundos? Você sabe que seu filho tem inteligência e a força de vontade para ser bem-sucedido. No entanto, os professores, seus amigos e talvez seus pais – além daquela voz incômoda na sua cabeça – dizem que a criança não está na situação onde deveria estar. Você experimentou de tudo: pedidos, gritos, paparicos, suborno, explicação, talvez até ameaças ou castigo, para que ele se aquietasse e fizesse o que é esperado, ou que usasse o autocontrole para agir de acordo com a idade. Nada funcionou. Seu filho pode até querer alcançar o potencial para fazer o que é exigido, mas não sabe como. Cientistas que estudam o crescimento e o desenvolvimento do cérebro infantil descobriram que a maioria das crianças que são inteligentes, porém dispersas, não possuem determinados hábitos mentais chamados habilidades executivas. São habilidades fundamentais do cérebro para executar tarefas como: organizar-se, planejar, começar um trabalho, focar na tarefa, controlar impulsos, regular emoções, ser adaptável e forte – quase tudo de que precisa uma criança para negociar as demandas corriqueiras da infância, da escola, em casa e com os amigos. Algumas crianças não têm certas habilidades executivas ou demoram até desenvolvê-las. Este livro lhe mostrará como é possível modificar as experiências diárias de seu filho de 4 a 13 anos, e construir as habilidades executivas que lhe permitirão entrar no caminho certo e realizar tarefas por completo. As bases para o desenvolvimento de habilidades executivas no cérebro são estabelecidas antes do nascimento, e você não pode controlar essa capacidade biológica. Os neurocientistas, porém, sabem que essas habilidades se desenvolvem gradualmente e em uma progressão clara no decorrer das duas primeiras décadas de vida.