LINGUAGEM E ESCRITAS DO CORPO

A escrita do corpo tem por referência dois registros que permitem orientar uma inteligibilidade das marcas corporais: o traço simbólico e o objeto pulsional. O traço simbólico faz referência ao ato de marcar o corpo numa função de ocupação do lugar da "memória", de um traço originário, um traço que se inscreve no encontro entre o real e o simbólico. O segundo registro envia à queda dos objetos pulsionais, que fazem contorno das bordas das zonas de gozo. A escrita do corpo é um processo em devir, que faz aparecer dois movimentos em tensão no interior do campo do "parecer": aquele do desenvolvimento, ou mesmo da exibição pelas marcas e, ao mesmo tempo, aquele do velamento e da máscara. Escrever/inscrever seu corpo consiste, com efeito, em mostrá-lo e também dissimular suas marcas, que devem ser decifradas, para traduzir a intimidade e o segredo. Por "escrever seu corpo" deve-se entender escrever sobre seu corpo, mas igualmente escrever seu corpo em outro lugar, particularmente nos espaços de vida comum dos ambientes urbanos.