LUDWIG FEUERBACH E O FIM DA FILOSOFIA CLASSICA ALEMA - 1ªED.(2024)

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Em seu 33º volume, a coleção Marx-Engels traz ao leitor brasileiro o consagrado texto “Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia clássica alemã”, trabalho que se situa entre as obras fundantes do pensamento marxista e mostra a relação entre ele e seus predecessores filosóficos –representados pelas figuras mais importantes da filosofia clássica alemã, Hegel e Feuerbach –, oferecendo uma exposição sistemática dos fundamentos do materialismo dialético e histórico. Victor Strazzieri diz no prólogo que este título “é provavelmente a fonte do maior número de formulações com as quais a concepção materialista da história passou a ser identificada (…) na sua vasta recepção: da conhecida metáfora de que a dialética hegeliana teria sido posta ‘de cabeça para baixo’ (…) à afirmação (…) de que o ‘movimento dos trabalhadores alemães’ seria ‘o herdeiro da filosofia clássica alemã’”.

Traduzido nesta edição pelo especialista Nélio Schneider, o texto vem acompanhado de dois apêndices. O primeiro deles, “Sobre a história do cristianismo primitivo”, escrito em 1894 e publicado aqui pela primeira vez em português, é considerado uma das obras basilares do chamado “ateísmo científico”, e resulta de muitos anos de estudos sobre a origem e a essência do cristianismo, tema do interesse de Engels desde 1841. O segundo apêndice, popularmente conhecido como “Teses sobre Feuerbach”, é reimpresso aqui na tradução já consagrada da coleção, a fim de, respeitando o espírito de sua primeira publicação por Engels, facilitar a comparação com o escrito que dá título ao volume.

Na síntese do prefaciador Eduardo Chagas, os textos do livro “tratam da necessidade da superação do hegelianismo, da prestação de contas com o pensamento de Feuerbach – enfatizando sua relevância para o materialismo, para a formação do materialismo histórico e, por conseguinte, o papel desempenhado por ele na fundação do próprio marxismo –, bem como da luta contra a religião cristã oficial institucionalizada – que prega a felicidade no além, conformando os homens para suportarem os sofrimentos deste mundo –, sem deixar, no entanto, de tomar a religião também como forma de reação à dominação, a exemplo do cristianismo primitivo – voltado para o bem comum das primeiras comunidades cristãs na vida terrena, no aquém, e não no além”.

Trecho

“A classe trabalhadora foi a única que preservou intacto o senso teórico alemão. Não há como extirpá-lo dali; ela não tem escrúpulos quanto à carreira, o resultado lucrativo, a proteção misericordiosa vinda de cima; pelo contrário, quanto mais inescrupuloso e imparcial for o procedimento da ciência, tanto mais ela estará em consonância com os interesses e as aspirações dos trabalhadores. A nova tendência, que identificou na história do desenvolvimento do trabalho a chave para a compreensão de toda a história da sociedade, voltou-se desde o início preferencialmente para a classe trabalhadora e teve aí a receptividade que ela não buscou nem esperou ter da ciência oficial. O movimento dos trabalhadores alemães é o herdeiro da filosofia clássica alemã.”

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