MUGIDO
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Mugido [ou diário de uma doula], é o terceiro livro de Marília Floôr Kosby, que nasceu em Arroio Grande. Esta também é a primeira publicação do selo Edições Garupa lançado a partir dos poemas submetidos à chamada aberta da Revista Garupa, que semestralmente garimpa autores fora do eixo tradicional.

Mugido nasce da reunião de poemas escritos a partir da memória afetiva de Marília, em atendimentos veterinários nas fazendas da região rural do Rio Grande do Sul e vivenciados por ela desde sua infância até sua vida adulta. Nesse processo, a mulher do campo e o animal ganham a atenção da poeta - contrariando a ordem antropomórfica e masculina do mundo em que vivemos. Para o posfácio do livro, convidamos a também poeta gaúcha Angélica Freitas que, além de escrever um texto com suas impressões sobre os poemas, decidiu entrevistar Marília e trazer a relação entre as relações entre a mulher da cidade e do campo. 

Sobre a autora
Marília Floôr Kosby escreveu seus primeiros poemas como podia, sonhando. Nasceu em 1984 em Arroio Grande, uma pequena cidade no extremo sul do Brasil, próxima ao Uruguai. Numa região que marca sua presença no mapa latino-americano dos estragos do colonialismo pela escravidão, o patriarcado, o latifúndio, o genocídio de povos indígenas e da juventude negra. Viveu por cerca de dez anos em Pelotas, onde cursou o bacharelado e o mestrado em ciências sociais. Mas foi quando morou no Rio de Janeiro por um tempo, em 2008, que voltou a ter sonhos com poemas e começou a compartilhá-los em um blog, o salamancas supersônicas. Em 2011, publicou seu primeiro livro de poesia, Os baobás do fim do mundo (editora Novitas), em parceria com o artista plástico Zé Darci. Entre 2012 e 2014, foi professora de antropologia na Universidade Federal de Pelotas. E seu ensaio “Nós cultuamos todas as doçuras” recebeu o Prêmio Açorianos de Literatura, em 2016, e o Prêmio Boas
Práticas de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial Brasileiro, em 2015. Integrou a equipe de pesquisadores de dois inventários nacionais de referências culturais, o da Região Doceira de Pelotas e o da Lida Campeira na Região de Bagé/RS. Às vezes realiza encontros de vivência de poesia. E publica poemas em revistas de literatura e arte. Tem se aventurado em fazer vídeo-artes, vídeo-poemas. E cursa o doutorado em antropologia social na UFRGS. Mora em Ipanema, ali perto do Guaíba, em Porto Alegre.

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