O ARREBATAMENTO DE LACAN

Aquele que ousar ler uma das obras de Marguerite Duras não sairá impune dessa experiência. Lacan foi tomado pelo O arrebatamento de Lol V. Stein. Depois de seu encontro com essa leitura, teve que produzir um texto, daí a escrita de sua Homenagem.

Porge mergulha na análise do texto lacaniano, discorrendo sobre as relações que se dão a três nesse livro de Duras: Lol, Michael Richardson e Anne-Marie Stretter; Lol, Jacques Hold e Tatiana Karl. Mas como mergulhador, Porge vai além e é capaz de notar o que está ainda mais submerso: a relação a três que se forma entre O arrebatamento de Lol V. Stein, Duras e Lacan. E o autor localiza esses ternários na topologia borromeana.

Qual o lugar do olhar nessas relações? Quem é arrebatado? De onde é possível olhar, ser olhado e perceber-se olhado? Quais as consequências disso para o sujeito? Quais as possibilidades do amor nas relações? Porge, ao formular e desenvolver essas questões, põe em ato a sua frase: “O lugar da escrita deve ser contado como um a mais.”