O ELO PERDIDO
As religiões afro-brasileiras são de transe, isto é, têm nas pessoas que compõem determinada comunidade religiosa a condição para o relacionamento e o contato entre dois mundos: o sobrenatural e o natural. A essa condição chamamos mediunidade, e às pessoas que a possuem, médiuns. Assim, quantos não percorrem os terreiros desse Brasil afora em busca de um contato com a divindade, com os espíritos a fim de que lhes mitiguem as dores do corpo e da alma? Porém, esses chamados consulentes, em grande parte, não veem as Crianças, os Caboclos, os Pretos Velhos, os Baianos, os Marinheiros, os Exus e outros como espíritos, na dimensão sobrenatural, senão incorporados em médiuns, de modo que é no semblante do médium em transe que é possível ver, falar com e ouvir os espíritos. No entanto, como surgiu essa mediunidade, como se processa e, sobretudo, por que não é atributo de todos nós, seres humanos? As respostas a esses e outros questionamentos são dadas neste livro por um emissário do próprio mundo sobrenatural, dos espíritos, pelo Caboclo Sr. 7 Espadas (Mestre Orishivara), por intermédio do médium-magista Mestre Arapiaga. Em sua quarta edição, revista e ampliada, O Elo Perdido: Tratado das religiões afro-brasileiras - Tradições magísticas e transes traz ao mundo dos seres humanos informações e explicações - que podemos dizer até inéditas - sobre o mundo dos seres espirituais a partir da perspectiva do transe e da mediunidade e sua função magística em prol da coletividade. Encerra-se ainda o livro com um texto de F. Rivas Neto sobre a arqueologia do oráculo de Orunmilá-Ifá em terras brasílicas, de Mestre Yapacani (W. W. da Matta e Silva) a Mestre Arapiaga, ou seja, a Tradição de Ifá (Fá, segundo a nação africana jeje) e seus métodos desdobrados. Afinal, a mediunidade também é um meio de proporcionar a todos, sacerdotes, médiuns, consulentes, aos seres humanos um bom destino. Boa leitura!