O Gaúcho Insofrível

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Reunindo cinco ficções e duas conferências, o último livro que Roberto Bolaño deixou para ser publicado. Uma coleção de obras-primas.

Na véspera da internação que antecedeu sua morte em julho de 2003, Roberto Bolaño vagou de sua casa no povoado de Blanes até Barcelona, onde ficava sua editora, com um disquete na mochila estampada. Nele estava O gaucho insofrível, livro que trazia os últimos contos escritos pelo autor chileno. Seu desejo era entregá-lo à editora para que o livro fosse publicado em seguida, garantindo-lhe alguma segurança financeira durante o período que se sucederia ao transplante de fígado, algo que necessitava fazer com extrema urgência. Na madrugada daquele mesmo dia, no entanto, Bolaño foi internado com severa hemorragia. Duas semanas depois, aos cinquenta anos, o maior nome da literatura latino-americana do século XXI estava morto.
De fato, a morte é onipresente em 
gaucho insofrível, desde “Jim”, cujo protagonista, um gringo perdido no México, parece um defunto em vida, aos cruéis assassinatos investigados por Pepe, o Tira, em “O policial dos ratos”. Em “Dois contos católicos”, o peso da religiosidade é condensado no encontro entre um adolescente e um assassino em série. Nas duas conferências que encerram o volume, o chileno acerta contas com o destino pós-diagnose e com a mediocridade do público e dos autores de seu tempo. Em “A viagem de Álvaro Rousselot”, um escritor argentino à procura de si mesmo em Paris ouve de um clochard de rua que “a única certeza é a morte”. Exceção seja feita, é claro, ao imortal Roberto Bolaño.

“Um verdadeiro testamento criativo e estético.” ― La Vanguardia

“Extraordinariamente belo, inteiramente novo.” ― The New York Times Book Review

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