PONTO FINAL? INDAGAÇÕES EM TORNO DA QUESTÃO DO SUICÍDIO
R$45,00
Ponto Final? Indagações em torno da questão do suicídio, no mínimo, demonstra uma hipotese: é possível um trabalho efetivo de escuta do paciente suicída em serviço de urgências e emergências médicas, pautado pela ética da psicanálise.
Não há como negar uma nova configuração do laço social nos nossos tempos, que afeta o modo como entramos na linguagem, e a internet, as redes sociais e as selfies tentam dar conta das precariedades simbólicas desse momento civilizatório. Não se estranha, portanto, o crescimento inclemente das taxas de suicídio nos últimos 50 anos. Os números e as estatísticas são assustadores ̶ um suicídio a cada 40 segundos, mais de 800 mil suicídios por ano ̶ e costumam cobrir as palavras e as expressões subjetivas. E a combinação ciência-tecnologia-capitalismo sem fronteiras tem feito menos do que apregoa pela redução dos dados estatísticos, uma vez que propõe antecipar o ato real pelo conhecimento dos fatores de risco, o que se mostra, nas pesquisas sobre suicídio das últimas décadas, insuficiente e genérico.
A publicação "Ponto final? Indagações em torno da questão do suicídio" faz chegar, oportunamente, aos colegas interessados na articulação das possibilidades e limites da Psicanálise frente aos pacientes suicidas os registros clínicos e esforços de elaboração dos tópicos que se impuseram no dia a dia do trabalho de um grupo de psicanalistas no atendimento a pacientes suicidas no Hospital João XXIII.
"Ponto final? Indagações em torno da questão do suicídio", no mínimo, demonstra uma hipótese: é possível um trabalho efetivo de escuta do paciente suicida em um serviço de urgências e emergências médicas, pautado pela ética da Psicanálise. A questão que se coloca agora para nós, a partir da comprovação da hipótese anterior, é a de como estender essa atuação ao campo do Social, entendendo que grande parte dos suicidas não procura ajuda especializada, nem chega a tempo a um serviço de urgência médica. Como pautar o sofrimento nas nossas discussões cotidianas, retirando da ciência e da psiquiatria a responsabilidade exclusiva pelo que vem da subjetividade? Como incluir, num mundo excessivamente visual, a alteridade na imagem, para inibir uma regressão tópica ao Estádio do Espelho, a que parece condenada nossa juventude em rede? Como se servir das palavras para não precisar morrer?