Psicopatologia lacaniana: "...a partir de quando se está louco?"
Os quatro escritos que bordam a loucura nossa de cada dia, nas páginas desse livro Psicopatologia Lacaniana- "... a partir de quando se está louco?", fazem corpo como consistência de furos que vão abrindo para outras dimensoes com palavras, letras, significantes e imagens na busca de soluções para as ressonâncias que não sabemos dizê-las e que se recusam a formar uma unidade. A escrita é o resto que se segue do desejo de uma análise terminada, mas não acabada. Diferentes, as mulheres que tecem esta obra o fazem pelas maneiras que lhes são próprias na experiência psicanalítica. Na lida com o enigma do desejo, Ângela Vorcaro, Aline Accioly, Eliene Boavontura e Márcia Rosa [Organizadora] nos oferecem um testemunho tramado pelo inconsciente acerca das aflições humanas que se dão no ponto em que a linguagem atravessa nosso corpo, lugar do insuportável, do enlouquecedor. Escrever sobre a escrita, sem que a escrita fique esquecida por detrás do texto que se apresenta, é que o leitor não deve perder de vista. Não há metaescrita em psicanálise. Não há um "como escrever um caso clínico". Há o escrito de uma análise como um elemento a mais dentro da complexa tarefa de analistas e analisantes diante do peso da linguagem como estrutura do inconsciente. São dos fragmentos, pedaços, objetos do Diário de uma andarilha artesã, em suas errâncias, que a analista escutou a invenção de um sinthome. Dessa transferência, os traços impressos, nestas páginas, compõem letras à espera de nossa leitura sobre a clínica psicanalítca e sobre os apontamentos teóricos elaborados em torno da lógica borromeana Real, Simbólico e Imaginário. Também, temos uma indelével colaboração à questão do corpo, em psicanálise. A partir de quando se escreve? A partir de quando se está louco.