Solos

Solos instigam o leitor a percorrê-lo do início ao fim, introduzindo imagens poéticas, por vezes, desconcertantes, trilhando um caminho singular ao estabelecer um procedimento de diálogo com a tradição poética brasileira e com a internacional. Seus poemas se alternam entre aqueles de longo e os de curto fôlego sem perder a força da escrita criativa e inovadora, que caminha ao largo do que se poderia chamar de texto de invenção. A temática é disseminada por uma diversidade significativa de assuntos, cujo epicentro, se é possível falar em uma força predominante nesses poemas, tende para o pensamento poético, a sedução, o desejo, o caráter memorialístico, a condição melancólica como instigadora dos sonhos e das imagens irrequietas de valoração negativa , ou, por outra via, fala-se sobre o viço de existir. Isso sem deixar escapar outro diálogo recorrente nessa escrita, aquele que se faz com certa MPB, subvertida sob a força do exercício poético.