SONETOS DE AMOR E SACANAGEM - 1ªED.(2021)
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Em seu novo livro de poemas, o escritor, ator e roteirista combina o rigor da forma fixa com seu estilo mordaz e hilariante.
“Ah, o amor — te dirão — é coisa séria!/ mas, depois de brincar de gato e rato,/ quem brincou já não quer pagar o pato/ e do amor só herdamos a bactéria.” Nos 48 sonetos reunidos aqui, Gregorio Duvivier visita uma ampla galeria de assuntos. Descreve a angústia e o tédio da adolescência. Comenta o noticiário, a política, o Brasil e a pandemia. Analisa a língua portuguesa, os modismos importados na Faria Lima, a pecha de preguiçoso do carioca, as manias lusitanas e os cacoetes franceses.
Há dois temas, no entanto, que se sobressaem em meio a tantos outros: o amor e o sexo, que aparecem sempre acompanhados de boas doses de niilismo, paranoia, obsessão e autoironia. São flertes que não chegam a se concretizar, ou que até se concretizam, mas não terminam exatamente como o esperado. No fim das contas, parece que o prazer, quando vem, sempre traz a reboque um inexplicável medo de morrer.
Em Sonetos de amor e sacanagem, Gregorio se apropria com maestria da forma fixa do soneto e retrata, com sua verve singular, a tragicomédia contemporânea — feita de encontros e, sobretudo, desencontros.
“Se livro fosse remédio,/ eu tomaria esse contra o tédio/ e o folhearia a todo o tempo,/ só para aplacar o meu tormento./ O Gregorio é misto de liceu francês com Lapa./ Nele sobra humor, amor, baixaria e lábia./ Como pode um menino tão educado/ Ser, assim, tão desbocado?/ Se você, leitor, anda triste com o agora,/ leia esses poemas sem demora/ e verá que a vida tem solução,/ mesmo com as notícias da televisão.” — Fernanda Torres
“Os deliciosos sonetos de Gregorio — todos (menos um) compostos em decassílabos e (quase sempre) rimados — associam o capricho formal à informalidade e ao humor da dicção. Boa parte do humor vem das rimas inesperadas: quem, antes dele, jamais encontrou uma rima completa para ‘próstata’? Glauco Mattoso, que revivifica Gregório de Matos, tem em Gregorio Duvivier um digníssimo sucessor.” — Paulo Henriques Britto