TERAPIA ZEN: QUANDO A PSICOLOGIA E O BUDISMO SE ENCONTRAM NO DIVÃ
Em um mergulho notável nas bases do relacionamento terapêutico, o renomado psiquiatra Mark Epstein reflete sobre um ano de sessões de terapia com seus pacientes para observar como sua formação em psicoterapia ocidental e suas décadas de estudo sobre o budismo podem, em conjunto, trazer mais conscientização e gentileza – para seus pacientes e para ele mesmo.
Durante anos, o psiquiatra e escritor best-seller Mark Epstein manteve suas crenças no budismo separadas de seu trabalho em consultório. Contentava-se em praticar a meditação mindfulness sozinho ou em alguns retiros, e confiava que a influência budista na própria vida deveria permanecer invisível aos olhos de seus pacientes. Mas à medida que ele passou a compartilhar suas inclinações espirituais durante as sessões, ficou surpreso ao perceber que muitas pessoas estavam ansiosas para aprender mais sobre meditação e budismo. A separação entre o psicológico, o emocional e o espiritual não era tão distinta quanto se poderia pensar.
Em Terapia zen, Mark Epstein mostra de que maneira, no decorrer de um ano, sua formação budista influenciou como conversou e cuidou de seus pacientes. Entre uma sessão e outra, ele percebeu que tanto a meditação quanto a psicoterapia favorecem nossa disposição para enfrentar as dificuldades da vida com uma coragem e um equilíbrio que podem ser difíceis de obter.
Neste recorte da vida em seu consultório, o autor mostra que a terapia, uma ferramenta da medicina ocidental, pode de fato ser considerada uma meditação em dupla. A atenção plena, assim como um bom terapeuta, pode ancorar nossa consciência, mostrar o caminho para nossos sentimentos e nos ajudar a encontrar a paz interior.
Ao longo de um relato profundamente pessoal que une a sabedoria de dois mundos, Mark Epstein trata a relação terapêutica como amizade espiritual e revela como um terapeuta pode ajudar os pacientes a cultivar a sensação de que na vida de todos nós sempre há algo com que se maravilhar e no que confiar, não importa o quanto estejamos frágeis ou estressados. Quando percebemos o quanto interpretamos mal a nós mesmos, quando paramos de nos apegar a uma autoimagem falsamente construída, quando entramos em contato com o âmago do ser, aí sim, podemos relaxar.