Tornar-se Negro, Devir Sujeito

O livro traz uma investigação da autora sobre as formas de elaboração do sofrimento psíquico do sujeito negro diante da violência cotidiana do racismo a partir da teoria psicanalítica. Mesmo não perdendo de vista a dimensão absolutamente singular pela qual são construídas as saídas psíquicas do sofrimento de cada sujeito, Cristiane Ribeiro parte da hipótese de que há uma dimensão na participação política que produz efeito de redução no sofrimento psíquico de pessoas negras, e que isso é habitualmente pouco considerado, em sua função clínica, nos estudos psicanalíticos.

A partir da metodologia das escrevivências (Conceição Evaristo) a autora diz apostar na encruzilhada (Luiz Rufino) entre saberes clássicos da psicanálise lacaniana e da filosofia, autores negros silenciados e apagados intelectualmente dos saberes hegemônicos e as narrativas de pessoas negras, individuais e coletivas, que vivenciam cotidianamente o racismo à brasileira.   

As 05 partes de seu livro são representadas por Orixás que para ela representaram a ORIentação necessária para o percurso realizado. Olorum inicia a apresentação do caminho, Oxóssi abre para a discussão sobre o racismo à brasileira, Oxum acolhe as escrevivências de mulheres negras que se amparam a cada uma de maneira coletiva, Iansã é o vento forte da escrevivência de uma mulher negra militante e Exu garante caminhos abertos nas considerações encruzilhadas.